Dificuldades para realizar as avaliações qualitativas e quantitativas em meio a pandemia.

Sou Janderson Martins Silva, professor de espanhol na escola Marilda Gouveia Viana - Rio Branco/AC.
O processo da avaliação é conhecer de maneira profunda a realidade de cada aluno a qual o professor(a) desenvolve ou realiza o seu trabalho, através disto é possível traçar um perfil geral para turma. Os processos avaliativos devem ser complementares, ou seja, é importante utilizar tanto aspectos qualitativos quanto quantitativos, mas sempre valorizando as características da turma e de cada estudante.
É importante ter a consciência de que medir o conhecimento por meio de conceitos e números de forma predominante pode gerar uma avaliação superficial e equivocada do aluno, pois cada um apresenta suas próprias características e limitações, aprendendo e se desenvolvendo de forma diferenciada, observando que o tempo de uma criança aprender pode ser diferente de outra, por isso não revela algo determinante na aprendizagem delas, mas traça percursos diferentes até que se alcance o objetivo pretendido.
Dessa forma, a avaliação deve ser processual e flexível às limitações e potencialidades de cada um para que nenhum procedimento adotado se sobreponha ao outro e todos os aspectos sejam considerados integralmente.
Há diversas possibilidades para adoção de métodos de avaliação quantitativa e qualitativa na escola que poderão inovar suas práticas pedagógicas e tornar seu trabalho mais eficiente e coerente às subjetividades dos alunos, por isso, é importante perceber que as avaliações qualitativas centram-se em todo o processo de ensino-aprendizagem, e requerem um diagnóstico desse processo. A própria legislação educacional brasileira, desde a Lei de Diretrizes e Bases, aponta para a necessidade de uma “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais” (Lei 9394/96, art. 24, inc. V, alínea a).
Para uma avaliação qualitativa eficaz, é necessário que os sujeitos envolvidos no processo questionem a relação ensino-aprendizagem na qual estão inseridos e identifiquem os conhecimentos construídos e suas dificuldades de forma dialógica. É necessário uma outra compreensão do processo avaliativo, uma em que o fracasso do aluno seja encarado também como o fracasso do professor e de toda a escola, uma vez em que o objetivo do aluno não é receber determinada nota, mas aprender de fato.
Até mesmo os erros são levados em conta, porque indicam como o educando está relacionando os conhecimentos que já possui com os novos que vão sendo adquiridos, permitindo a identificação dos conhecimentos que já estão consolidados e servem de base para tudo o que vem a seguir. Em uma avaliação do tipo qualitativa, todas as respostas do estudante, certas ou erradas, indicam o caminho percorrido e oferecem um prognóstico dos próximos passos.

É importante ressaltar que neste momento de pandemia a avaliação contínua fica comprometida, pois, nós professores não temos como estar diariamente em contato com o aluno, tendo em vista a ausência de espaço-tempo da aula, e o acompanhamento deve ser tanto das atividades, como a interação do aluno com o grupo. Nesse contexto atual os pais ou responsáveis tem sido de grande valia e eles vem se desdobrando para conseguir auxiliar o filho o máximo que podem. A Secretaria de educação e o MEC podem disponibilizar 'N' recursos para o professor, o professor pode elaborar a aula com as melhores ferramentas digitais, mas infelizmente nenhum deles pode garantir à todos os alunos um aparelho (computador, notebook, tablet, celular) com acesso a internet que consiga suportar aulas on-line de cada disciplina ou para acesso aos diversos sites educativos. Portanto, a questão da equidade fica aqui completamente descartada, pois muitos não possuem acesso aos meios digitais o que acaba dificultando a realização das atividades ead.