A prática da avaliação formativa no atual cenário educacional

Meu nome é Rosilene Brito Mourão, sou professora de História na Escola Estadual de Ensino Médio Belo Porvir. É essencial que se entenda que a inter-relação entre alunos e professores no ensino a distância é um fator muito importante no processo de ensino-aprendizagem e as ferramentas de interação devem viabilizar o desenvolvimento desse processo. E a leitura que subdiou a reflexão do tema revela que os estudos realizados por Otsuka; Rocha (2005) colocam a avaliação formativa no centro do processo de ensino-aprendizagem, especialmente em EaD, pois esta modalidade permite acompanhamento e orientações contínuos aos aprendizes no decorrer do desenvolvimento de atividades no ambiente virtual refletindo uma aprendizagem em processo, e, em constante construção.
Ver-se que o cenário atual exige a prática de uma avaliação formativa na qual o diálogo (feedback) estimule e proporcione uma melhoria contínua tanto da comunicação quanto da aprendizagem, de que se conduza uma educação cooperativa. Muito embora hoje muitos tentem apontar uma ferramenta ou outra como mais eficaz, o que importa é a interação entre professor e aluno, é ela que produz a liga para construção deste aluno independente e investigador que os novos tempos exigem. Para Miranda (2010) a interatividade, característica da proposta sócio-construtivista, não é apenas definida como a ação recíproca que se estabelece entre pessoas ou coisas, mas, precisa ser compreendida a partir da participação ativa do usuário, que interfere no processo com ações, reações e intervenções tornando-se receptor e emissor de mensagens que ganham maleabilidade, permitindo a criação de novos caminhos, pelos sujeitos. Assim, a interação é marcada pela ação dialógica entre sujeito e técnica e, a interatividade promove uma nova relação entre alunos e professores e de todos com o conhecimento, ampliando ainda mais o papel do professor, que em suas ações passa a promover, através de uma intervenção pedagógica, a autonomia do aluno, ajudando a reelaborar o conhecimento existente. Ao professor cabe o papel de promotor‐interventor.
Daí que em termos práticos pode-se dizer que não existem instrumentos específicos de avaliação capazes de detectar a totalidade do desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. É diante da limitação que cada instrumento de avaliação comporta que se faz necessário pensar em instrumentos diversos e mais adequados com suas finalidades, para que deem conta, juntos, da complexibilidade do processo de aprender. O ensino e avaliação à distância devem ser pensados dentro das possibilidades de onde o ensino se desenvolve, a possibilidade de acesso, o domínio para lidar com a ferramenta de ensino online, e a própria resistência. A resistência do profissional, do pai e do próprio aluno, pois o Ensino com uso de tecnologias e aplicativos onlines nem ao menos foi criada para a maior parte da clientela do ensino público.